Na sala de aula, assim como em qualquer outro ambiente, ocorrem
situações de discriminação. É necessário reconhecê-las e discuti-las.
A escola não é uma ilha, e entre alunos e professores estão presentes
as mesmas relações de uma sociedade que estimula o individualismo e vê a
solidariedade como se fosse um favor e a tolerância como covardia. A
nós, educadores, usualmente defensivos, cabe uma posição mais consciente
e deliberada contra essa cultura de agressividade, começando por
identificar e combater atitudes que comprometem o convívio escolar e
envenenam a vida social.
O preconceito não é só coisa de grupos sectários, como skinheads,
pois surge, às vezes, da tola pretensão de valorizar a si mesmo ao
depreciar diferentes escolhas religiosas, estéticas, desportivas ou
musicais. Ele pode se manifestar, às vezes, disfarçado de humor, como na
humilhação – ou bullying – de um estudante por seu sotaque regional ou
pela forma como se veste. Uma escola que admite posturas como essas, por
não reconhecer seu potencial destrutivo, abre caminho para
discriminações de etnia, idade, origem, gênero e classe.
Muitas formas de intolerância resultam de visões e superstições
presentes nas relações familiares e afetivas e de valores disseminados
na sociedade. Em oposição a isso, a escola deve estimular crianças e
jovens a identificá-las em piadas, notícias, torcidas esportivas, filmes
de ação e novelas e discutir suas origens sociais e históricas. A
atividade é adequada a diferentes disciplinas.
As práticas de segregação por condições de vida, preferências ou
deficiências também podem ser identificadas e debatidas por meio da
dramatização de reações possíveis de jovens e de educadores diante da
imagem de um trabalhador urbano saindo imundo de um bueiro ou do sorriso
bondoso de uma criança com síndrome de Down. Ao mostrar como os
preconceitos são usualmente reforçados por constrangimentos ou revelados
pela intolerância, em situações que demandariam compreensão e
solidariedade, questionam-se atitudes de professores na sala de aula,
por exemplo, ao tratar com alunos que têm diferentes ritmos de
aprendizagem.
É difícil não discriminar, pois, ao generalizar experiências
pessoais, já prejulgamos. Mais complicado ainda é reconhecer como
desfiguramos traços de caráter e sentimentos pessoais ao descrever quem
estranhamos. Ao nos referirmos a jovens da escola privada como
patricinhas e aos da escola pública como pivetes, por exemplo, estamos
revelando nossa própria grosseria e insensibilidade pelo simples uso
desses termos – e é bom ter consciência disso.
Os julgamentos preconceituosos, no entanto, nem sempre são
definitivos, assim como as afirmações científicas. O que parecia bem
compreendido há alguns anos, como a constituição e a expansão do
Universo, hoje apresenta vários pontos obscuros. Por isso, valorizar a
variedade de culturas, o questionamento dos saberes e a necessidade do
contraditório é o que devemos fazer sem propagar outro mito, o da
neutralidade absoluta. A escola é um espaço de diversidade privilegiado
para aprender a resolver conflitos e saborear a graça do convívio com a
diferença. É assim que ela combate os preconceitos.
Luis Carlos de Menezes, físico e educador da Universidade de São Paulo, vê os preconceitos como adversários da cultura em geral e da ciência em particular.
Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br
Luis Carlos de Menezes, físico e educador da Universidade de São Paulo, vê os preconceitos como adversários da cultura em geral e da ciência em particular.
Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br
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